Fonte: Geneall, D. Mariana Luísa de Sousa Coutinho
Consta que foi um casamentão, este entre
D. José Lobo da Silveira e a sua prima direita D. Mariana Luísa de Sousa Coutinho.
Diz-se até que D. José falava da sua Boda como muito frutuosa, que para além de
lhe resolver o problema de encontrar com quem fundar família, resolvia os
problemas financeiros que ele herdava da sua própria casa de Alvito. Porém, e
há aqui o revês, dizia ele que a rica noiva, filha única dos Condes de Redondo,
herdeira universal dos pais, teve um inesperado irmão, de nome Fernando. A
isto, o Alvito referia-se com pesar : <Uma partida da minha sogra! …coisas que
só a mim me acontecem! >.
A verdade, é que D. Fernando, o mano
mais novo de D. Mariana tinha 13 anos de idade a quando do casamento do Alvito.
O bom do Alvito, mais uma vez lançava o
isco a quem o mordesse.
Fonte: Geneall, D. José Lobo da Silveira
D. Mariana é filha do 15o Conde
de Redondo. Nasceu a 18 de Maio de 1821 na freguesia de Coração de Jesus. Prima
direita do futuro marido, pelo lado do pai, veio a casar também na freguesia de
Coração de Jesus a 02 de Outubro 1848, no Oratório do Palácio do Conde Redondo
na Rua de Santa Marta, pela mão de Dom António Armando Saldanha da Camara.
Fonte:
Arquivo Camara Municipal de Lisboa, Documento PT/AMLSB/BAR/000704
Apesar da proximidade das famílias, foi
realizado um acordo pré-nupcial, com o seguinte teor:
Aos 30 de Setembro 1848, o tabelião João
Caetano Corrêa foi chamado à Rua de Santa Marta, Palácio dos Condes de Redondo,
onde estavam presentes, de uma parte o Conde e a Condessa de Redondo e a sua
filha D. Mariana Luísa de Sousa Coutinho com o seu procurador o Ex.mo Senhor
Luís Carlos Pereira d’Abreu Bacelar de Castelo Branco e da outra parte os
Condes Barões de Alvito e o filho primogénito D. José Lobo da Silveira Quaresma
com o seu procurador Dom António do Santíssimo Sacramento Thomaz de Almeida e
Lisboa; e logo pelos Ilustríssimos e Ex.mos Senhores Conde e Condessa Baronesa
de Alvito e Conde e Condessa de Redondo, e foi dito ao tabelião e às demais
testemunhas nomeadas e “assinadas” que desejando estreitar mais os laços de
parentesco em que se acham, pretendem unir-se com laço conjugal o Ilustríssimo
e Ex.mo Sr. D. José Lobo da Silveira Quaresma com a Ilustríssima e
Excelentíssima Sra. D. Mariana Luísa de Sousa Coutinho para cujo fim obtiveram
dispensa, estabelecem o seu contrato debaixo dos auspícios das leis de 17
Agosto de 1761, a de 4 de Fevereiro 1765, Real decreto de 17 de Julho de 1778,
na parte em que estão em vigor, e são aplicáveis no presente contrato, a saber:
Que a Ilustríssima e Ex.ma Sra futura se dota com os bens, direitos e acções
que de futuro lhe hajam a pertencer; Que mais se dota com as joias e todos os
objectos que formam o seu enxoval, ficando este e aquelas gozando sempre o privilégio
de bens dotais; Que dos ditos bens poderá a dita Ilustríssima e Ex.ma Senhora
futura dispor em Testamento no caso de não haverem filhos deste consórcio, bem
assim daqueles que por sua cabeça vierem a calhar seja qual for o modo ou
maneira; Que o Ilustríssimo e Ex.mo Sr. Conde e Ilustríssima e Ex.ma Sra.
Condessa Baronesa de Alvito como administradora da sua casa, se obrigarão pelos
rendimentos a contribuir a ela sua Ilustríssima Ex.ma Sra. futura nora com a
quantia mensal de cinquenta mil reis pagos em mesadas adiantadas para seus
alfinetes, e sobrevivendo a futura nora ao futuro noivo haverá de sua Casa a
parte….que lhe compete no estado de viuvez conforme as Leis deste Reino.
Ficam com natureza de incomunicáveis as jóias, o enxoval prata e todos os demais bens que vierem a adquirir por sua
cabeça seja qual for a sua natureza.
Assinam:
D. Mariana Luísa de Sousa Coutinho, D.
José Lobo da Silveira Quaresma, Conde de Redondo, Condessa de Redondo, Condessa
Baronesa de Alvito, Conde Barão de Alvito.
Luís Carlos Pereira d’Abreu Bacelar de
Castelo Branco (casado com D. Maria de Jesus Luísa de Sousa Coutinho, tia de
ambos os nubentes).
Dom António do Santíssimo Sacramento
Thomaz de Almeida e Lisboa, Bacharel formado em Direito.
Testemunhas pelo lado do noivo:
Conde de Pombeiro (casado com D. Maria
Francisca Luísa Sousa Coutinho, tia de ambos os nubentes).
Conde de Seia (primo dos nubentes, descendente
Marquesa de Tancos).
António da Cunha e Lorena (casado com a
prima de D. José, filha de D. Maria da Graça Lobo da Silveira).
Ascenso de Siqueira Freire (veio a ser segundo Conde de São Martinho, casado com D. Maria da Graça Lobo da Silveira).
Testemunhas pela parte da noiva:
Conde de São Lourenço, Brigadeiro do
Exercito, Ministro e Secretário de Estado da Guerra.
Conde d’Atalaia, casado com D. Margarida
Luísa de Sousa Coutinho, tia de ambos os nubentes, Manuel Luís de Sousa, e
Conde da Ribeira Grande D. Francisco Gonçalves Zarco da Camara.
(Não parece pois que daqui viesse
fortuna.)
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