( D. José Lobo da Silveira, décimo sexto Barão de Alvito, quarto Marquês de Alvito, 1928-1917).
Consta que
quando a Rainha D. Maria Pia lhe indagou se nascera em Alvito, D. José Lobo da
Silveira respondeu, sempre no seu tom vivo e jovial, que lhe era característico:
<Nasci em Belém, tal qual como o menino Jesus. Ali abri os olhos pela
primeira vez a 11 de Março de 1826, um dia depois de ter morrido D. João VI no
Paço da Bemposta. E acrescentava: morria um rei e logo nascia um camarista>.
Episódios protagonizados
pelo Marquês de Alvito, pela sua piada, autenticidade e particular
personalidade, chegaram alguns aos nossos dias. Mas de tantas vezes se fazer
referência a este personagem como pessoa de particular “chiste”, e como só conheço "alguns" episódios, temo que tenham
chegados muito poucos, do manancial criativo da "personagem". Com certeza, voltarei a D. José Lobo da Silveira mais
vezes.
Era ele filho de
uma família Miguelista, e que por isso amargou, perdendo não só património como
influência. Por alguma razão, o décimo sexto Barão de Alvito e quarto Marquês
de Alvito, foi acolhido por El-Rei D. Luís que o nomeou Gentil-Homem da sua Câmara Real.
Foi primeiro Barão
de Alvito o Doutor João Fernandes da Silveira. Segundo alguns investigadores,
era o Doutor João Fernandes da Silveira filho do Senhor Fernando Afonso da
Silveira da casa dos “Silveiras” descendentes do grande “Giraldo sem Pavor”,
aquele que tomou aos Mouros, no tempo D’El-Rei D. Afonso Henriques, a cidade de
Évora, mas existem outras teorias. O Doutor
Fernando Afonso da Silveira, doutor em Leis por Bolonha foi Embaixador de D.
João I, e quem negociou o casamento da Infanta D. Isabel com Filipe II de
Borgonha e das pazes de 1411 com Castela.
Foi desta “esclarecida” casa dos Silveiras,
que nasceu este João Fernandes da Silveira, doutor em leis, tal qual o seu pai
o fora. Prestou muitos serviços à Coroa, foi Regedor da Casa da Suplicação de
D. Afonso V, ao lado deste combateu no Norte de África e mais tarde está nas
conquistas de Arzila e Tanger. Como diplomata integrou a embaixada de obediência
ao Papa Nicolau V, tratou do casamento da Infanta D.Leonor com o Imperador Frederico III. O contrato deste casamento ainda se encontra em Nápoles
e, curioso, no lugar onde a imperatriz D. Leonor, em 1452 se encontrou com o
futuro marido, mandou o embaixador erguer uma coluna com o escudo de Portugal.
Foi ainda feito cavaleiro pelo Imperador Frederico III.
casamento de D. Leonor de Portugal com o Imperador Frederico III
Mais tarde
tratou do casamento da Infanta D. Joana com o Rei de Castela. Esteve em Roma
como embaixador ao Papa Calisto III, e teve tantas outras missões a Roma,
Veneza e Florença, tento prestado serviços não só a D. Afonso V, como também a
D. João II que o “magnifico doutor” vê os seus esforços serem reconhecidos pela
atribuição do título de Barão de Alvito, em 1475, o primeiro título de Barão
dado em Portugal, para si e para a sua descendência.
(Brasão da Casa de Alvito é: em campo de prata cinco lobos pardos em aspa, armados de vermelho, tendo o escudo uma bordadura de azul com oito aspas de ouro: o timbre é um dos Lobos do escudo com uma aspa na espádua. Mais tarde foi acrescentada a bordadura de azul, que, em Portugal, é privativa dos barões de Alvito.)
A história deste doutor é longa e
os 400 anos que medeiam o primeiro Barão do décimo sexto dão “pano para mangas”.
Prometo continuar mais amiúde.
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