terça-feira, 30 de junho de 2015

Pergunta o que não deve, ouve o que não quer.


(Rei D. Carlos, pintura a óleo Mário de Novaes)

A propósito de perguntas indiscretas e respostas habilidosas lembrei-me desta história. Parece aplicar-se à situação actual: à pergunta indecorosa, o troco é uma surpresa. Resultado, pouco resta senão sorrir e admirar a inteligência de quem parecia ser “indefesa presa”. Quanto à resposta dos gregos, logo veremos.

…episódio que se conta do nosso Rei, o Senhor Dom Carlos, que entrando no portão majestoso do palácio ducal de Vila Viçosa deparou com um jovem criado deveras parecido com os Príncipes, seus filhos. Muito intrigado, não resistiu a dirigir a palavra ao rapaz e, quase sem ele se aperceber do rodeio, inquiriu-lhe: - “Diz-me lá, moço, a tua mãe foi aqui empregada do Paço?”. O rapaz, muito cortês e respeitoso retorquiu-lhe com um sorriso um tanto malicioso: - “Saiba Vossa Majestade que não. Meu pai é que foi aqui jardineiro…”. O nosso Rei apreciou muito a resposta e só conteve a gargalhada porque havia aquele respeito a moderar as relações. 
de : R. Forjaz de Brito, 1984. 

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